Porque uma noite nós fomos... Na viagem do amor...

Era mais uma noite, estava calor, e assim, como em todas as noites, estava deitada com a janela toda aberta, olhando o céu ás escuras, de repente, o telemóvel dá sinal de mensagem, abri-a e vi, era dele! Era dele! “Olha cá para fora…” Levantei-me e…
“Mas o que estás aqui a fazer?”
“Xiu… Não digas nada…”
“Mas já viste as horas?!”
“Vá, vem comigo, vamos os dois…”
“Tas doido?! Vamos onde?!”
“Vamos fugir… Vem. Espero-te do outro lado…”
E lá foi ele em direcção á parte da frente do meu prédio, levanto-me, dispo o pijama, e visto umas calças e uma t-shirt, muito rápido, pego o mp3 e uma mochila, pus lá dentro o meu estojo e a pasta dos desenhos, em dois minutos estava pronta… Sai do quarto sorrateiramente… Passei a sala e abri cuidadosamente para não fazer ruído a porta da rua. Abri, sai, fechei. Desci as escadas, abri a porta do prédio e deparo-me com aquele sorriso, aqueles braços que se esticavam a pedido de um abraço, abracei-o, olhei-o nos olhos… Sentia o meu coração cada vez mais acelerado, como que se quisesse saltar cá para fora, havia nervosismo e amor ao mesmo tempo até ás nossas entranhas...
“Vá, que queres fazer agora?”
“Xiu… Primeiro, quero um beijo teu…”
E sem me deixar sequer inspirar ou expirar, beijou-me meigamente, com calma mas apaixonadamente, senti bem o calor na boca dele na minha, naquele beijo intenso…
“Vá, agora vamos… Sem rumo nem perguntas ok?”
“Ok… Estou contigo, nas tuas mãos, estou segura…”
Ele olhou-me… Sorriu-me… Andámos até á paragem do autocarro… Apanhámos o primeiro que passou, logo assim que chegámos… Era um autocarro estranho… Nunca o tinha visto passar…
[motorista] “Há amor?”
[ele] “Há sim! E muito!”
[motorista] “Sentem-se e boa viagem…”
Entrámos, aquela conversa pareceu-me estranha… Mas estava com ele… Estava bem… Sentámo-nos, e eu estava cheia de sono…
“Amor, dorme aqui no meu peito… A viagem é longa, quando chegarmos eu acordo-te…”
Respondendo-lhe apenas com um suave beijo nos seus lábios, deitei a cabeça no seu peito, sentindo aquele seu perfume, aquele seu aroma característico, aroma suave, doce, dele… Sentia-me capaz de sentir aquele aroma acariciar-me o rosto… Adormeci…
O sol brilhava, entrava naquelas janelas despertando-me junto com os beijos dele…
“Chegámos…”
“Sim… Hmm… Bom dia amor… Já chegámos mesmo?”
“Sim vá… Levanta-te…”
Levantámo-nos… Sai do autocarro e…
Oh não… Adormeci de janela aberta… Já é dia… Acordei… Olhei á minha volta… Estava no meu quarto… Olhei a janela e nada… Mas ainda era capaz de sentir aquele aroma dele… Em mim…

[Estou de volta... Simplesmente porque não aguento, confesso, não aguento muito tempo sem escrever...]