O grito provoca a enorme devastação em mim. Abala as tristezas, os pânicos, medos e até mesmo os pequenos receios. Renasce das cinzas somente a força para o começar de novo, a queda é sempre do alto, mas recomeçar é sempre a melhor batalha… O sabor da vitória é doce, e derrete na boca como um chocolate, o seu cheiro é parecido com o do alecrim, o alecrim que nasce no meio das serras, aquele que é livre, e de cheiro intenso mas suave... Agora a caminhada é longa, a força não pode nunca ser limitada, mas o essencial está naqueles seres que acompanham as quedas e o levantar, está neles o apoio, na força que eles transmitem… O apoio não importa de onde vem, nem de quem vem desde que sincero, muitas vezes está nos gestos e outras somente nas palavras. Mas de qualquer maneira, foi o apoio e quem o deu, que provocou o grito. Obrigada, a ti, a vocês…
Ora vejamos, acho que estou de volta. As férias foram lá para o calcanhar do mundo como chamam a uma terrinha lá ao lado… Aquilo é um fim do mundo carago! Senão vejamos, por partes… A camioneta para a cidade passa a uns bons 3 km de nossa casa nas férias, nos dias de escola passa a 2. Sair de casa ás 6:15 da manhã, ainda a gear, e eu ali que até me doíam as mãos, tudo para ir ao hospital com a minha avó na cidade. Que neura com que eu fiquei, ninguém me podia dizer nada nesse dia. Entretanto os dias mais agitados foram os domingos, no primeiro, domingo de Páscoa, fui almoçar a uma prima da minha avó, não conhecia mas pronto, passei a conhecer, tem uma data de filhos, muito simpáticos (e jeitosos) e quem lá me safou de uma valente seca foi o Bruno, um porreiro, bom rapazinho, filho da prima (hahaha). Entretanto durante a semana, uma grande seca, o tempo tanto chovia como fazia sol, e ora assim, não dava para fazer nada, sábado a correria, porque lá na nossa aldeia a visita Pascal é no domingo a seguir ao da Páscoa. Logo… Limpezas, e essas coisas do género, a avó fez comidinha no forno, foi lá almoçar a prima com um neto, o João, uma tremenda peça cómica o mocinho. Eu pergunto se ele quer ver televisão e lá fomos, ele no inicio muito calado, mas a coisa só demorou dois minutos, depois lá estava ele a falar que nem uma gralha, o Bruno chegou depois, mas entretanto fui a casa de uma tia, casa cheia de gente, e uma senhora pergunta-lhe o nome e ele com ar desconfiado e de quem não quer responder solta um “òh! João, carago!” eu tinha que me rir a mulher ficou parva com tal educação, mas quem a manda fazer perguntas a uma criança que sabe que não deve falar com estranhos? Depois o que mais me fez rir, foi o momento em que estava com o Bruno na varanda a apanhar sol, e começo a ouvir a minha avó e a avó do pequeno a meterem-se com ele, e estavam a (como sabem que ele não deixa) a pedir-lhe para lhes mostrar os pelinhos que o puto tem na zona púbica, e ele só lhes dizia “Não mostro nada!” até que lá lhe dizem que ele não tem e ele “Ai tenho tenho! Posso confirmar que sim, mas não vêm, ai não não!” eu ria-me á brava com isto dele, e quando volto de novo á varando oiço o puto a dizer “Então, as pombas têm penas! Por isso as pombinhas têm pelos!” e as avós riam-se ali perdidamente, mas continuavam a meter-se com ele e o puto continuava com a teoria das pombinhas das mulheres e das pombas… Das peninhas, e dos pelos… Bem foi só rir… Não foram as férias perfeitas, nem perto, mas foi sossegado… E agora, estou de volta!
E agora sim, umas óptimas férias! Boa Páscoa, que eu vou ainda assim, assistir á tradicional lá pelo norte. Volto dia 31 para poder passar pela Páscoa de lá para depois a minha avó poder vir também para baixo. Espero que fiquem todos bem. Muitos beijinhos =D

E naquele momento o suave sorriso compôs dois olhares, com saudades, somente deu para o sorriso, o amor estava proibido, por isso, qualquer gesto que o mostrasse era censurado ali. Ele passa as mãos no seu cabelo, gostava dos caracóis perfeitos, depois olha-a nos olhos e ambos brilham, elevam-se em sentimento, não queriam mas o amor ali era visível, partiam para passear, nada de mãos dadas, só podiam conversar… Caminharam, e iam falando, olhando disfarçadamente um para o outro. O facto de ele a ter ido buscar a casa já era um terrível perigo ao amor de ambos. Mas para todos os casos, eram somente amigos, por fora. Porque no seu interior o enlace de ambas as almas era inevitável. Sentaram-se num banco de jardim, o mais discreto possível, sabiam que não poderiam ser vistos em qualquer tipo de intimidade, o dia estava bonito, o sol radioso, e abriram os livros, era essa a tarefa, estudar… Mas como estudar se a vontade que tinham era de se unirem, por isso, deram as mãos debaixo da mesa, estavam sentados o mais juntinho possível, olhavam-se encostavam a cabeça um no outro e ficavam assim com a música, a fazer de conta que liam. Sem medos ele deita a cabeça no seu colo, e conversam sobre tudo o que não poderia ser feito, tudo aquilo que ia terminar aquele amor, toda a ausência de afectos iria terminar tudo. Mas tinha que ser, ele pediu se poderiam ser amigos, ela respondeu que sim com uma lágrima a correr no seu rosto, envolveram-se num abraço forte, e quando se soltaram, foram capazes de sentir o desenlace das suas almas, ele volta para a frente, olha-a nos olhos, passa a mão pelos seus lábios, mas recua. Vai comprar um gelado, e daí… Somente amigos… Mas no fundo, eternos amantes de eles mesmos…


(Modelo : Sara Pessoa)

E volto a soltar-me em mim
A caneta flui por si
A imaginação parte viagem
E vou além dos meus limites,
Escrevo mais uma vez
Aquilo que só meus olhos lêem,
Aquilo só eu sinto
Somente para mim escrevo.
Deixo-me ficar aqui
Adormecida do que fui,
Renasço das lembranças
Naquele Eu que admiro,
Acredito somente na palavra
Que está nas entrelinhas do pensamento.
Acredito somente no momento
Que está para lá da magia
Que só Uns olhos podem ver…
Acredito que sou…
Somente uma utopia…


Férias, estou oficialmente, de férias. Duas semanas, faz agora, quer dizer este ano as férias são mais cedo, mas foi no ano passado por esta altura que a minha irmã foi embora para a Suíça, terça-feira vai o meu pai. Pela mesma altura, também faz um ano que mudámos de casa. E mais uma vez passo as férias por lá, vou fazer companhia á minha avó e descansar da bagunça da cidade. A minha avó talvez será operada no dia 24 e assim estou por lá para a ajudar no inicio, também tenho que a ajudar a limpar os garrafões do vinho que azedou, vamos para o armazém despejá-los e enche-los de água. Vou roubar laranjas ao terreno da minha tia, e vou andar de bicicleta depois de lhe encher os pneus e colocar óleo, apertar tudo o que é parafuso para ver se não me mato para o meio do monte. Quero também ir fazer umas visitas á Di que desde o ano passado que não estamos juntas, nas férias da Páscoa do ano passado acho que foi a última vez que tivemos juntas e nem conversámos, foi apenas um encontro matinal (logo eu rabugenta) na paragem do autocarro a ouvir as velhotas a falar da vida umas das outras eu e ela olhávamos uma para a outra e começávamos a rir, claro que disfarçadamente porque de vez em quando lá uma das velhotas olhava para nós e abanávamos a cabeça apenas num sentido de apoio que é o que elas procuram pelos vistos, cá é igual… Devo ir na quarta-feira, volto na semana seguinte sexta-feira ou sábado. Vou ficar (claro) fora disto, lá não tenho internet, mas quem precisar grite por mim, ou tente mandar uma mensagem numa avioneta, acho que é muito engraçado, prometo estar atenta na varanda a apanhar sol…

Pés descalços em chão frio ou quente. Não sei caminhar de outra forma se não descalça… Naquele caminho de madeira… Na relva, na areia da praia ou em casa… Pouco importa o sitio! De noite, de dia, de manhã de chuva ou não, sinto que pantufas, chinelos, sapatos, botas, ténis, seja o que for me incomoda, a não ser quando vou para a rua claro, aí vou calçada, não seria nada agradável cortar-me ou apagar algum cigarro deitado pela janela de um carro com o meu pé… Tenho mais medo disso que dos “alicreus” como a minha avó lhes chama (escorpiões) das noites da terra. Sabe bem, ainda está o solo quente, vir para a rua descalça, e apesar das pedras magoarem os pés vão ficando calejados e á medida que as vezes se vão repetindo dói menos… E menos, até que deixará de doer… Gosto de acordar e apesar de o chão estar gelado sair da cama descalça, tomar banho e sair ainda a pingar mas descalça… É bom caminhar descalça… A liberdade…
(fotografia tirada com o tlm daí a má qualidade mas gosto...)
Não estou com grande vontade de escrever confesso, mas cá venho para mais um post (vá cá fica ele, e deixo um beijinho para ti já, e obrigada pela paciência que tens tido :) ) e como o Helder dizia na festa do ano passado “começando pelo começo” vou deixar aqui a marquinha do André! O pequenino que nasceu três meses antes do tempo, teve que batalhar mas, felizmente não nasceu com grandes problemas, é filhote da minha catequista desde o primeiro ano em que lá andei até ao que deixei o grupo… Ela viu-me crescer assim como aquele grupo… E tenho-lhe muita estima por isso achei certo deixar aqui a marquinha da Flores e do pequeno André também. Espero que o pequenino venha rápido para casa, vou logo vê-lo, aproveitar que ela mora aqui pertinho e daqui a dois ou três aninhos vamos jogar os dois ali para o ringue (hehehe). E pronto, as aulas estão a acabar, declaro-me de férias como é óbvio mas ainda faltam 3 aulas em dois dias… E acabando no fim ( hehehe) deixo um beijinho para quem por aqui passar…

E destas janela,
O que haverá para lá delas?
Vejo senão outras janelas,
Outras janelas fechadas.
Vejo a chuva…
Mas o que existe para além da janela?
Além destes vidros baços
Que guardam segredos…
E se eles falassem?
Muitos teriam negado na folha,
Porque os vidros não falam,
E as canetas também não…
Mas…
Para lá das janelas o que existe?
O que existe para lá de…
Diversas coisas?
O que existe além…?
Além da cor?
Além do som?
O que existe além da vida?
O tempo passa, e pelos vistos sempre que quero “arrumar” ou deitar “fora” algo eu arrumo a minha gaveta, vou alterando a ordens das coisas, ora coloca o material de desenho no fundo da gaveta, ora coloco mesmo á frente, desta vez finalmente, coloquei bem na frente, solto-me de novo aos traços, não via a hora confesso, os meus traços estavam presos a eles. E abri a caixa dos lápis de cores sem fim, e pintei, em seguida passei pelo pincel com água. São os lápis que a mana mais velha mandou, gostei de pintar com eles, e sem qualquer medo do desenho não sair perfeito, porque alguém me repetia isto “nunca vais conseguir fazer uma coisa perfeita de uma vez só. Para ser perfeito só mesmo com o treino.” Isso mesmo. Com o treino. Agora o tempo trará o resto. Vou dormir. É cedo, mas tarde…



Relaxante, arrepiante... Não sei como descrever, mas o certo é que me "viciei". Adoro a voz dela, as músicas. Fabuloso tudo isto...
Quanto mais tentamos ajudar, mais merda fazemos... É preferivel desistir de falar...

Desculpas e Agradecimentos

O meu blog já fez um aninho, já tem uma quantidade elevada de visitinhas e eu distante de tudo isto, nem dei conta de tudo… Tenho passado por todos os blogs, nisso não falho, mas não tenho comentado confesso. Peço desculpas. E agradeço quem por aqui tem passado e comentado. Agora desejo um bom fim de semana se não voltar a postar até segunda :)

"As palavras jamais serão gastas"

Após uma breve reflexão sobre a afirmação “As palavras jamais estarão gastas” posso concluir que concordo perfeitamente com a mesma. Devido ao facto de apesar de todos os momentos, circunstâncias ou actos, há sempre algo mais que podemos dizer, fica sempre o espaço e a vontade de mais uma palavra. Como por exemplo, quando um próximo nosso morre, as suas palavras e as nossas para com ele não morrem também, não ficam gastas, bem pelo contrário, ficam sempre as palavras por dizer, nunca dizemos tudo.
Nunca gastamos um “Olá” ou um “Adeus”, nunca gastamos um “gosto de ti” ou um “cuida-te”, são coisas essenciais e mesmo para quem não fala, as palavras são sempre ditas, por outro tipo de comunicação. Depois dos gestos, as palavras são a forma que temos de mostrar o que sentimos, o que vemos ou que gostaríamos de ver ou ser, assim, no meu ponto de vista é impossível serem gastas. Como quando uma relação acaba, e um membro do casal vai para longe, apesar de ainda gostarem um do outro, a falta de comunicação não se deveu às palavras estarem gastas, mas sim de não serem usadas, é quase sempre no fim de algo que todos notam, que deixam de dar palavras, mas têm-nas lá. Assim concluo que jamais as palavras serão gastas, mesmo depois do Adeus…
[Na aula de Português foi esta a nossa tarefa hoje, pelos vistos saí-me muito bem, o prof gostou muito, tinhamos duas frases, esta que escolhi e outra ("As palavras estão gastas") e teriamos que escrever um texto para ser lido no final, a defender a nossa frase, com exemplos e essas coisas do costume, gostei do texto, por isso o decidi postar...]