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Apertou cá dentro este fim da tarde… Se eu pudesse… Fazer algo para que aquele olhar não quisesse chorar na hora “adeus”… Dói o coração por saber que aquele sorriso apenas se desperta naqueles momentos, em que estamos os dois, sorrindo, brincando, conversando sobre os carros “fixes”, sobre motas grandes que vais ter quando fores um Homem… Doem os olhos, olhar-te triste, e ver que nos teus olhinhos, de menino meigo, que as lágrimas querem sair… Ficas com a garganta seca não é? Dói o coraçãozito? A mim também pequeno… Seu eu pudesse fazer algo, tenho vontade quando te olho sujo e magoado, de te pegar e trazer comigo, chegar a casa dar-te um banho, limpar todas as feridas infectadas que tens e teimas em dizer “Num dói naum…” e deitar-te na cama, para dormires, e adormecer ao teu lado a mexer no teu cabelo como tanto gostas… Queria fazer algo para que esse sorriso que me mostras se mantesse todos os dias, a todas as horas e segundos… Porque contigo meu pequeno, o mundo fica nosso…
-Aquio é uma estela…
-Não pequeno, aquilo é a lua…

E pensando para mim… Olhando a convicção com que o dizias, sim aquilo pode ser uma estrela, a nossa estrela, o céu pode ser o mar, o nosso mar, as estrelas os nossos sóis, e tudo, com imaginação é o que queremos… O coração pára cada vez que te vejo nos teus saltos de “capoeila” que teimas em dar no passeio e te acabas por aleijar mas “Num dói naum…” aperta-me o coração, sempre que te olho o corpo ferido, a mão infectada, os braços arranhados… Meu pequeno, se pudesse… Eu trazia-te comigo… Dizia-te o sim sempre que “Vou pa tua caxa?”… Eu queria dizer-te que sim… Mas não posso… E dói… Por não poder…