Pressinto-te...


         Pressinto-te chegar. Algo em mim me diz que estás por perto, meu corpo deseja-te. Continuo a fazer o jantar. Saí do banho, estou nua, porque sei que pouco tempo falta para chegares. Sei que ficas louco por dentro, que todo o teu corpo vibra depois de um dia exasperante, dares de caras com tal situação. Conheço-te cada fraqueza. O beijo bem dado, a brincadeira que começa sempre pelo piercing (que me deixa louca) no teu mamilo.
         Ouço-te pousar a mala, descuido teu, foste descoberto, mas ainda assim, finjo que não. Em passos leves, sei que entras na cozinha e me vês assim, de costas, o calor do teu corpo. Sinto-o a metros de distância. Agarras-me firmemente envolvendo-me com os teus braços, enquanto me beijas a nuca. Deixas-me louca, e hoje estou cheia de vontade de ser consumida por ti, em todo o lado, de todas as formas. Sentir a tua essência, beber-te cada toque suave.
         Em alguns segundos e já te fazes sentir, naquele jogo de ancas, em que nos provocamos e tentamos ver quem mais tempo consegue resistir. Eu ganho sempre. Tu és fácil de seduzir. Talvez por todas as provocações que teimo em fazer-te no teu horário laboral, sei sempre que chegas cheio de vontade de fazer amor. Um amor louco!
         Viras-me, agarras-me as mãos e encostas-me à parede gelada. Sabes o quanto isso me excita. Beijas-me. Sinto o calor da tua boca percorrer-me o pescoço, os ombros, os mamilos, o umbigo… Paras. E olhas-me com olhos de pecador. Sou eu o teu pecado. Com a ponta da língua, contornas aquilo que mais queres. Agarro-te os cabelos, tremo de prazer e vontade de sentir o toque aveludado da tua língua em mim. Já não consigo fazer-te parar. Possuis-me! Até saberes que estou prestes a detonar e sobes o teu corpo e entregamo-nos ali, contra aquela parede gelada… Que se falasse…
 Sorrio-te no final. Fico a tratar do jantar. Vais tomar um duche. Eu trinco os lábios… Acabamos depois...

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