As tuas palavras ruminaram em mim, consumira-me durante horas. Roeram pedaços meus. Queria dizer-te com certezas, que sim! Que vou! Sabes disso… Mas também me invade o medo de lhes virar as costas, o receio de ficar sem qualquer varão nestas escadas íngremes. Mas isso seria ultrapassável, fosse apenas eu poder ir, agora. Iria já! Estaria contigo daqui a algumas horas, e para o sempre que tivesse que ser. Deixaríamos o desfazer das malas para amanhã, porque hoje quereria decorar os teus traços, contemplar cada palavra e riso e degustar o máximo de expressões que conseguisse.


Doeu não o facto de as teres dito, mas a sensação de que poderias realmente sentir aquilo. Mas… Caminhando pelos meus raciocínios… Cheguei á conclusão, de que se eu não quisesse, seria simplesmente porque não sentiria o que sinto em relação a ti (este gostar imenso que era capaz de rasgar no céu milhões de pássaros acartando cada um grandes pedaços do que tenho de mim para ti) então aí, seria porque não teria sentimentos, eu não seria nada, apenas um holograma, porque as reacções visíveis existem e se elas não fossem espelhos do sentimento, então era porque eram nada, sendo elas nada, sinto-me eu nada também. Concluindo, se os meus sentimentos não existem e eu os sinto tão bem, então também eu não existo. Tudo o que me rodeia e faz parte de mim poderá ser apenas uma utopia. Algo criado por um ser cuja imaginação e sensibilidade (e bom gosto) se destacam de tudo o resto. Um mundo assim. (Presunçosa!)


Portanto… Sendo ou não real, existindo ou não, neste mundo, eu, pessoa criada pela mente de alguém, sinto realmente que quero. Tomei hoje um passo, amanhã tomarei outro, e outro, e assim sucessivamente. Até ao dia em que consiga dar o salto, o grande passo, o passo final com um inicio desejado.


Espera-me. Não desesperes porque eu realmente quero. E vou conseguir.

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