Vão viver juntos, ela não o ama, mas precisa ama-lo. Ele pode sustentá-la, e ela não é capaz. As duas filhas não gostam dele, porque já antes, era demasiado possessivo. Ela precisa de gostar dele, porque é quem trará o alimento. Ele saiu para trabalhar, chegou tarde, e bêbedo. Queria beber mais, mas não havia em casa. Ele gritava, as meninas acordaram, ela pedia-lhe que falasse baixo. Ele gritou, e mandou-a contra o frigorífico. Ela a chorar, foi por as meninas na cama, assustadas. Ele queria sexo, ela não queria. Ele cheirava a álcool. Para ele não gritar, para as meninas não ouvirem, ela deitou-se e chorar, deixou-o fazer o que quis. A dor imensa. No dia seguinte, as dores, as perguntas e o medo das meninas. Ela disse, que era a primeira, e ultima vez, ele vinha apenas chateado. Ela faz um jantar melhor, ele chega tarde, as meninas já dormem. O comer estava frio, e já não havia gás. Ele queria comer, e hoje, trazia mais uma garrafa de cerveja. Ele sentou-se no sofá chateado, mas sem gritos, a ver televisão e a beber a cerveja. Ela aliviada, acreditou que o dia anterior teria sido apenas um pesadelo. Ela vai dar-lhe um beijo, estava com sono. Ele pega-a pelos cabelos, chama-lhe nomes, e diz que tem fome. Ela chora. Baixinho. As meninas não podem acordar. Ela está na cozinha, a tentar fazer alguma coisa, ele vai, agarra-a por trás, e queria sexo. Ela não queria. Ainda doía do dia anterior. A menina mais velha acorda, vai na direcção dele, e bate-lhe, com desespero. Pede para deixar a mãe. Ele manda a garrafa de cerveja quase vazia contra a parede e vai-se deitar. A menina abraça a mãe, a chorar, as duas vão dormir. No dia seguinte, era segredo, a pequenina ficaria triste ao saber. As lágrimas da mãe corriam, abraçaram-se as três. As meninas já dormiam, ele chega e cai na porta de entrada de tão bêbedo. Ela põe-no a pé, e ela bate-lhe na cara. Bate-lhe no peito, nas pernas… Ele bate-lhe o mais que pode até ela não conseguir aguentar mais a dor e ter que gritar e acordar as meninas. Ela aguentou, levou e só gemia, deitou-se, ele quis sexo, ela estava quase inconsciente. No dia seguinte, foram as meninas que a acordaram, com o pequeno-almoço num tabuleiro. Quando ela as olha, com todas aquelas marcas, aqueles hematomas… A mais velha deixa cair o tabuleiro. Chora. A mais pequenina fazia perguntas. Ela prometia que aquilo iria acabar, agarra as meninas com todas aquelas dores, e beija-as. Diz que as ama, acima de tudo e faz tudo por elas. Tudo se repete. Até ao dia, em que ela já não lhe chegava. Em que ele chega bêbedo e elas jantavam. Em que ele lhe bate em frente ás meninas. Em que elas… Vão em auxilio da mãe e o tentam parar. E ele, pela primeira vez, manda a mais pequena ao chão com violência e bate na cara da mais velha, com tanta força, que lhe saiu logo sangue da boca…
Há mais problemas do que o estado monetário do nosso país…
Há mais problemas do que o estado monetário do nosso país…
3 Meios Devaneios:
Existem sim, e irão continuar a existir.
Por mil e um motivos a mulher ainda se deixa dominar, é dificil entender, para mim.
Um dia, esta, tal como muitas outras histórias reais, irão ter um desfecho trágico. Muito mais grave, que a situação em que ela se encontrava antes de ir viver com ele.
Não entendo, eu não entendo...
Beijinho Pitasin e...juizo
este post até me arrepiou. já passei por algo semelhante mas nem tão mau assim...
e no fim disto tudo, sim, é verdade, há mais em que pensar do que a crise...
Desculpa a invasão,...
o teu texto mexeu comigo, tal como uma (mais uma)historia que com todas estas verdades horrendas eu ouvi á bem pouco tempo de alguém que não conseguiu aguentar mais e juntou os farrapos de coragem que lhe sobraram e agarrou nos filhos pediu ajuda e fugiu, se bem que até ao último minuto estava na dúvida, mas conseguiu, assim o espero...
Quem passa por elas(situações) não consegue explicar como aguenta tanto tempo, quem está do lado de 'fora' não consegue entender.
Espero que a partir desta'primeira vez' ela consiga deixar que ele caia sozinho sem que ela(ou as filhas) esteja debaixo para lhe amparar as 'quedas'
Enviar um comentário