Parabéns / Desculpa


Isto sem dúvida que não são horas de dar os parabéns, no mínimo, devia ter acordado e mandado logo mensagem… Pronto, nem é pelas horas, mais pelo facto, de me ter esquecido. Desculpa-me. Andei dias a lembrar-me, e hoje, nem me passou pela ideia. Mas olha, muitos, muitos parabéns! Espero que o dia tenha sido bom, mas que seja melhor ainda o que falta. Desejo-te assim tudo, mas tudo de bom. E já sabes, gosto muito de ti! (foi das formas que mais estavam ao meu alcance de te pedir desculpa…) Um beijinho muito grande, mas como hoje és bebés, muitos mas mesmo muitos, bués, molhos, caixas deles, embrulhados, com lacinhos, tudo, tudo e tudo. 

#1

                                                        Lisboa, 12 de Dezembro de 1733
      Decerto esta será mais uma carta retida não sei onde, que tu não irás ler. Mas nesta, repetirei todas as palavras de sempre, porque as saudades que sinto de ti, meu amor, são maiores que o oceano que nos separa. Não posso esquecer a tua pele morena, nem os teus olhos de mel. Sinto-me capaz, de escrever mil cartas, e lança-las por mil pássaros, para que somente uma, chegue a ti, e te lembre, te faça acreditar, que não te esqueço, e que te amo. Com todas as forças, as minhas, e as da natureza. Desculpa ter sido cobarde, e não ter ficado, perdoa-me meu amor, a falta de coragem, para combater contra quem nos separou. Perdoa-me a distância deste oceano.

       Mas eu prometo-te, prometo que, não falta muito. Já tenho a certeza, que o meu tio, vai de viagem, com paragem certa na Índia, ele leva-me com ele no seu navio. Tive que explicar-lhe que a vida não faz sentido algum, quando não estamos perto, da nossa essência, do amor que nos faz acreditar que é possível viver na eternidade. Não ficarei descansado, enquanto não te tiver de novo, nos meus braços. No reencontro, vou abraçar-te com tanta força contra o meu peito, que quase me falta o ar, só de imaginar, outra vez a tua imagem em mim.
 
       Meu amor, tenho-te ainda gravada nos meus olhos, como as lágrimas que me correm, transparecem o teu nome no meu rosto. E enquanto te recordar, toda esta espera faz sentido, porque sei, que poderei amar-te, poderei entregar-te a minha alma, num beijo eterno. Os nossos caminhos estão traçados, e o destino, esse é contigo meu amor. Na entrega da felicidade, que brotará de nós. 
       
       O meu pai continua, com a opinião, que raças não se misturam, tento todos os dias, pedir-lhe a permissão, para te ir buscar, tento todos os dias, numa luta insustentável, que nos deixem amarmo-nos de uma só maneira. Mas fere-me o coração, a incapacidade que sinto, por nada poder fazer.

     Mas aguenta meu amor, aguenta, que eu sei, que um dia, estaremos de novo numa só vida. Porque sinto, que o meu amor por ti, é capaz até, de abrir caminho sobre o oceano. Agora acabo de te escrever, porque é tarde, e já só consigo chorar. Tento não desesperar, mas meu amor, a falta que me fazes é quase mortal.
                            Do sempre teu, Amado Eterno…



Ocupa-lhe o corpo e a mente, está imóvel, sobrecarregada de mentiras e ilusões. Já nada é capaz de soletrar, nem quando dói. Passam-se os dias, e não vive, sobrevive aquele estado utópico, que sabe, com todas as forças, que jamais cairá ao chão. Protege-o assim, de uma forma inatingível, sem que o possa ver. Protege-o como se, dentro de momentos, ele pudesse explodir, e assim, voltassem sentires ao corpo que outrora vivia. Está dormente, e adormecida a mente e a alma. O coração bate, somente porque o sangue corre, e os olhos fecham, quando a nuvem cai. Está assim, fora do mundo. Longe da luz e do calor. Longe das cores, longe do que é saber viver. Está assim, presa nas corrente da âncora que se afunda, nas profundas mentiras de um mar de ilusões. Ela julga viver, mas eu sei, que está morta…

Cenas...

Ultimamente para quem vê os telejornais, deve ter reparado que do que mais se fala é Loures. Pois é, a criminalidade por estes lados, começa agora a ser mais levada a sério, digo isto, porque coisas destas sempre foram prato do dia, claro está que não eram divulgadas desta maneira. Um caso muito próximo foi aqui, no bairro mesmo aqui acima, conheço muita gente de lá, aliás, conheço uma grande maioria, visto muitos terem sido meus colegas, outros amigos de amigos que conheço de vista… Na Quinta do Mocho, sempre houve uma série de coisas do género, lembro-me de colegas meus, chegarem á escola e falarem dos tiroteios, dos assaltos, das rusgas. Confesso que isto não me preocupa nada, estou habituada, estudei aqui na secundária, que temos a esquadra da polícia ao lado, e acham que é impedimento para diversas coisas, como assaltos, entrarem na escola sem autorização, porrada sem dó nem piedade uns com os outros? Claro que não. Eles não têm medo da polícia. Eles se for preciso desatam também á porrada aos polícias, por isso, que diferença faz, as pessoas queixarem-se na televisão da falta de policiamento no bairro Quinta do Mocho? Lembro-me de ver uma série de rapazes já grandes, quando andava na preparatória, que eram capazes de estar a contar coisas do bairro, e dizer, contentes, que “a bófia foi corrida lá do guetto!” e pois claro, que como querem mais policiamento? Se nem um táxi nos leva ao bairro por medo? Se os carros que passam são apedrejados e as pessoas assaltadas. Não tenho medo, mas temo por quem não se sente seguro neste ambiente, mas as pessoas não se sentem seguras só agora, isto já devia era ter sido divulgado á muito tempo. Passaram algumas vezes na televisão a escola onde andei, a preparatória, porque ao que parece, o “Gang das seis e meia” era muito perigoso, que ao que parece, não passava de um grupo de miúdos, que ao ir para casa decidiam vandalizar tudo e todos, sim, porque iam a lançar pedras aos carros, a saltar por cima dos que estavam estacionados… Até ao dia, em que foi preciso um policia a cada dois metros, do caminho que eles percorriam… E a culpa disto, parece-me, que é da publicidade que lhes é feita! Porque eles acham piada. Eles gostam de ser vistos como os mauzões. Por isso, se em vez de continuarem a dar toda esta publicidade, a culpar a polícia e tudo mais, fizessem algo por estes bairros seria melhor. Não sou muito a favor da polícia por aqui, porque acho que talvez, também pelo abuso do Homem, eles abusem contra inocentes. Porque quando eles sabem onde está o mal, e destroem casas de inocentes, e encostam uma criança que foi á mercearia a uma parede e a revistam… Perdem todo o respeito. Mas neste caso, onde os moradores da Quinta do Mocho se queixam da falta de policiamento, então agora, fazem má cara por estarem na entrada do bairro a parar os carros e a revista-los! Queriam? Então aí têm!
E mais uma vez, culpem o racismo, quando ele está também na vossa mentalidade.

Andei por...


Aqui! Entre estas coisitas...

Parabéns Coragem!

Só mesmo para deixar aqui os parabéns a Ela... Não estou aqui mas não esqueci. E pronto, resolvi dar-lhe os parabéns desta forma porque sim. Um beijinho assim muito grande. Tem um dia lindo.

(post agendado...)

E...


Amanhã tenho-te :D

Continuação...

parte1 para ler...
Gritou. Gritou tão alto que pude assustar-me. Ela imóvel, de braços caídos, ficou assim segundos. Assustei-me sem razão, ela estava de cabeça vazia, como se tivesse soltado ali quaisquer pensamento, conversa ou tudo o que pudesse existir dentro dela. Debrucei-me sobre o seu rosto e fiquei uns segundos a olha-la, mantinha os olhos e as mãos fechados com força e naquele momento, não consegui entrar-lhe nos pensamentos. Ela ergue-se muito rapidamente, e eu caio para o lado, senta-se, e coloca a cabeça sobre as mãos, olhando para o chão. Eu levanto-me e parei mais uma vez em frente a ela, como se me visse, ergueu a cabeça, e pude ver nos olhos dela, duas pequenas reluzentes lágrimas. Doía-lhe o coração, eu pude sentir isso naquele momento. Porque raio a fui eu abandonar tão cedo… Gostava de poder limpar-lhe as lágrimas, e beijar-lhe o rosto como sempre o fazia quando ela assim estava. Sei que a culpa desta enorme mágoa dentro dela era minha. Ela disse-me que aquela noite era um risco, mas teimosa como era, não iria desistir. Perdi-me eu também em pensamentos enquanto olhava os olhos dela, de menina frágil sensível e tão perdida naquele momento. Quando a oiço, sussurrar “porque me deixaste? Tens noção da falta que me fazes? Bolas! Eu disse-te que ires de mota naquela noite era perigoso!” e desfez-se em lágrimas, olhando para o céu tentando encontrar-me. Sei que não sentiria, mas coloco a mão no rosto dela, não conseguia sentir, mas poderia talvez acalma-la. Andava com ela à dias, e sabia que andava demasiado em baixo, sentia-me culpada por aquilo em parte ser por minha causa… Até que ela se levanta muito bruscamente e se vai embora em passos largos. Fui atrás dela…